É bem verdade que o tema Hipnose nem sempre é algo fácil e simpático de abordar, tanto para o público leigo, como para a comunidade científica e de profissionais especializados na saúde e comportamento humano. O assunto foi freqüentemente envolvido, desde tempos ancestrais, numa aura associada geralmente ao misticismo, a poderes sobrenaturais questionáveis, ao eventual uso indevido e inconseqüente de forças desconhecidas da mente humana e, não raro, na pior das hipóteses, ao simples sensacionalismo, quando não ao charlatanismo.
A partir de 1998 a hipnose saiu do campo da especulação para o campo científico através de uma experiência coordenada pelo psicólogo e neurologista da Universidade de Harvard, Stephen Kosslyn, que contou com auxílio de psiquiatras, radiologistas e neurologistas da Universidade de Stanford nos EUA. Com o auxílio de um equipamento de última geração na área da tomografia computadorizada (PET - tomografia por emissão de pósitrons) foi possível visualizar com precisão quais regiões cerebrais estavam sendo ativadas no momento em que um grupo experimental encontrava-se em estado hipnótico, sugestionando os mesmos para verem em cores uma tela de computador que era preto e branco e vice-versa.
Esta experiência foi um marco definitivo para a validação da hipnose como método científico pela Organização Mundial da Saúde em 1998.A hipnose passa a ser uma técnica reconhecida pela ciência moderna no tratamento de doenças físicas e psicológicas, ganhando cada vez mais reconhecimento entre os profissionais da Medicina e da Psicologia.
No Brasil, no dia 20 de agosto de 1999 o Conselho Federal de Medicina emitiu um parecer (nº 42/99) reconhecendo a hipnose como "uma valiosa prática médica", que pode ser utilizada em diagnóstico e tratamento. Há quase dez anos foi a vez do Conselho Federal de Psicologia em 20 de dezembro de 2000 reconhecer a hipnose como um recurso terapêutico (resolução 013/00).
A palavra Hipnose, deriva do grego (hypnos - sono). Essa definição vem do médico inglês, Dr. James Braid de Manchester e remonta ao século XIX. Partiu dele a idéia de sono, dado as características que a pessoa apresenta em estado hipnótico, que é semelhante ao estado de sono, como se ela estivesse dormindo.
A hipnose é um estágio anterior ao sono. O transe parece sono do ponto de vista físico (atividade diminuída, relaxamento muscular, respiração suave, etc.), mas, do ponto de vista mental, a pessoa está relaxada de forma alerta e consciente (como também comprova o PET).
A hipnose faz parte do nosso dia-a-dia. Segundo Milton Erickson, entramos em transe espontaneamente, por algumas vezes, num mesmo dia. Exemplo, dirigir, andar quilômetros e só depois verificar que havia andado muito sem se dar conta, rezar, meditação, concentração no computador, numa palestra, numa conversa...
A hipnose é então um estado de concentração com um foco específico, que facilita a comunicação interna do sujeito, aumentando as probabilidades da mudança efetiva de hábitos e comportamentos.
Dentro da Psicologia, odontologia e da Medicina, suas aplicações são incontáveis, mas é importante ressaltar que a hipnose não substitui a psicoterapia nem a medicação, e sim é uma ferramenta valiosa que ajuda a otimizar e encurtar o processo psicoterápico.
Temos a plena consciência de que a Hipnose é um assunto que deve ser tratado com o maior respeito e prudência do ponto de vista ético, científico, técnico, profissional e não incentivamos o seu uso e aplicação por leigos e pessoas não apropriadamente qualificadas para lidarem com esta poderosa ferramenta de terapia.
Para o psicólogo aplicar a técnica da hipnose, segundo a própria resolução do Conselho de Psicologia, requer capacitação para a utilização deste recurso, através de cursos e especializados.
Em Campos dos Goytacazes e com atuação em Macaé e no Rio de Janeiro temos o Instituto de Psicologia Crescer que mantém cursos de formação e capacitação em Hipnose Clínica nas suas diversas formas.
Atualmente estamos trabalhando muito com o Emagrecimento Pela Palavra, uma nova abordagem que chamamos de Hipnose Semântica, onde a ressignificação de memórias tem um resultado bastante animador na perda de peso.
João Oliveira - Psicólogo CRP 05/32031
Mestrando em Cognição e Linguagem - UENF
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